Manifesto do Bloco de Esquerda

Podes ler aqui o Manifesto do Bloco de Esquerda às Eleições Autárquicas na Nazaré.

Lanche de Apresentação de Candidatura


Foram ontem apresentados os candidatos do Bloco de Esquerda aos órgãos autárquicos da Nazaré, com a presença de Francisco Louçã. As candidatas e os candidatos encontraram-se com apoiantes na marginal da vila, onde contactaram com a população, seguindo para um lanche na tasca Cova Funda.
Fábio Salgado deputado e candidato à Assembleia Municipal da Nazaré anunciou a determinação do Bloco em aprofundar a intervenção que tem tido nos órgãos para os quais elegeu representantes (Ass. Municipal e de Freguesia), bem como a vontade de “ter presença no executivo, para que as pessoas saibam o que lá se discute, que se saiba o verdadeiro estado do município e dos projectos em marcha”.
Acrescentou que tem “contribuido para que se discutam políticas ao invés dos disparates habituais”. Identificou alguns dos problemas da vila, como o abandono a que está a ser votado o Centro Histórico dizendo que “por oposição à construção abusiva que destrói dunas, enseadas, Reservas Agrícolas e Ecológicas, propomos a reabilitação e revitalização destas casas abandonadas, desta zona cheia de vida, desta zona autêntica”.
De seguida Jorge Ribeiro, professor de Ed. Física, candidato à Assembleia de Freguesia de Valado dos Frades lembrou que 4 anos atrás tinha sido pensada uma candidatura que foi amadurecendo. Hoje, diz Jorge Ribeiro, “juntaram-se algumas pessoas com noção da urgência de resolução dos problemas do Valado como o grande problema do desemprego e da anunciada Zona Industrial”. Recordou que “foram cortados vários hectares de pinheiros para a Zona Industrial mas sem haver solução à vista”. “Daqui a 20 anos lá estarão outros pinheiros”, ironizou.
Diz estar farto do “esquema do interruptor para cima ou para baixo: umas vezes PS outras PSD” e que é necessário “experimentar outra gente, outros modos, outras políticas”.
António José Peixe, reformado de Capitão da Marinha Mercante, é o candidato do Bloco à Câmara Municipal da Nazaré. Pretende “ser eleito para influenciar e alterar as decisões, para imprimir mudanças qualitativas na vida das pessoas”.
Encontra alguns problemas de solução “razoavelmente fácil que só não estão resolvidos por falta de vontade política”. O trânsito e estacionamento são questões fundamentais - “São necessários dois ou três parques de estacionamento periféricos, com transportes constantes para a Praia”.
Segundo António José Peixe, “reduzir ou eliminar o trânsito automóvel no centro da vila é uma prática habitual que se coaduna com o desenvolvimento sustentável, com a entrega do espaço público às pessoas”. O candidato acrescenta que “a Câmara Municipal tem de se centrar nas pessoas, não nas obras."

“A mobilidade urbana tem de ser uma preocupação constante, que olhe às necessidades das pessoas que cá vivem e que nos visitam”, defende.
A última intervenção foi de Francisco Louçã que saudou a candidatura nazarena subscrevendo a vontade de interromper a alternância da cadeira do poder que tem deixado esquecida a qualidade de vida das pessoas.
Numa sala com cerca de trinta pessoas o Bloco apresentou os cabeças-de-lista para as eleições de Outubro e anunciou estar a trabalhar num programa eleitoral concreto e de propostas realizáveis junto de pessoas especializadas em várias áreas de estudo.

Baralhar e dar de novo, não!



O Bloco apresentou a sua primeira candidatura autárquica na Nazaré para as eleições de 2005(1).
Partindo essencialmente de independentes partidários interessados em mudar o rumo e as políticas da sua terra fustigada por 12 anos de um executivo de direita e mais uma catrefada de anos com Luís Monterroso (condenado em tribunal), a Candidatura Autárquica do Bloco de Esquerda em 2005 pretendeu marcar a diferença(2).
Marcou a diferença nas escolhas políticas, mas também na forma de fazer política.
Conseguindo eleger um deputado para a Assembleia Municipal e outro para a Assembleia de Freguesia, marcámos a diferença nas votações e, principalmente, nas propostas inovadoras.
Contra o caciquismo e a politiquice, primámos pela elevação do respeito nos plenários; pela discussão dos temas propostos, por oposição às questiúnculas pessoais habituais. Apresentámo-nos como opositores à política de betonização desenfreada, como alternativa ao marasmo, como defensores de uma política cultural pensada e de qualidade e pela participação activa dos munícipes, como prenunciava o nosso manifesto(3).
Propusémos, a título de exemplo, o fim das antenas na Zona Velha da Nazaré por causa do impacto visual(4); a criação de um Provedor do Munícipe que atendesse as/os cidadãs/ãos e a criação de uma Comissão de Acompanhamento de Combate contra a Pobreza (CACP)(5). Estas duas últimas propostas foram recusadas, mas temos a certeza que significariam uma grande mudança no modo de vida das pessoas. Esta CACP teria sido importante para evitar certas tensões como as que acabaram por acontecer na entrega de habitação social.
Provocámos a discussão sobre o feriado municipal e a sua existência no dia 8 de Setembro (data religiosa) ou dia 3 de Setembro (dia do município), aprovando na Assembleia um referendo que não chegou a realizar-se(6).
Insistimos para que a Assembleia e a Câmara decorressem com menos papel e se fomentasse o formato digital(7) – desde propostas de alteração ao regulamento a exigências de receber a documentação via digital.
Propusémos ainda a constituição de um Concelho Municipal da Juventude(8).
Alterámos a proposta de Regulamento Municipal de Distribuição de Águas que previa a sua privatização(9).
Opusémo-nos à Criação de uma Empresa Público-Privada(10) para a construção do projecto Nazaré XXI, projecto megalómano de Marina e Campos de Golfe. Este projecto viola a Reserva Ecológica Nacional e a Reserva Agrícola Nacional.
Após realização do concurso, soube-se de várias irregularidades e imoralidade políticas. Nomeadamente a de que o líder da bancada do PSD na A.M. seria administrador da única empresa concorrente (Grupo Lena)(11). O Bloco de Esquerda exigiu a demissão do cargo de deputado e de Vice-Presidente do Pólo de Turismo do Oeste, o que ainda não aconteceu.
Denunciámos uma clara promiscuidade entre o executivo e a Igreja Católica quando a Autarquia cedeu um terreno para a construção de uma Igreja(12). Na mesma altura a autarquia recusou colaboração a outras confissões religiosas. Esta proximidade e apropriação do poder e de bens públicos são parte do atraso civilizacional que a Nazaré vive.
Candidatámo-nos à Assembleia Intermunicipal do Oeste – Comunidade Intermunicipal numa lista própria que foi ilegalmente recusada e ainda aguarda resposta da Inspecção-Geral das Autarquias Locais(13).
Fizémos aprovar ainda na Assembleia uma moção que exalta à legalização de todas/os as/os imigrantes e uma recomendação de apoio a famílias carenciadas do concelho(14).
Ainda no final do mandato nos batemos pelo respeito e pela discussão célere e construtiva na Assembleia Municipal, órgão máximo da autarquia(15).
Tem sido um trabalho exaustivo de análise, crítica e proposição. Entendemos ter uma visão diferente sobre o que se pretende para Nazaré. Uma Nazaré mais culta, formada, equilibrada. Uma Nazaré recuperada e modernizada. É preciso arejar o Concelho, criar espaços públicos de lazer, de desporto. É precisa muita Cultura que é, talvez, a maior falha do executivo actual.
Fábio Salgado
Deputado Municipal e Candidato à Assembleia Municipal da Nazaré
Bloco de Esquerda


Publicado em TintaFresca.

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